segunda-feira, 13 de outubro de 2008

REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

Aos ideais que nortearam a Revolução Francesa, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, juntamos outros, que, ao lado daqueles, deverão ser a base da civilização do porvir: Espiritualidade, Universalismo, Pacifismo.

Não podemos encarar como normais a rapina internacional, a criminalidade crescente nas diferentes latitudes geográficas, o uso de armas de destruição em massa, a grande concentração de renda e os desníveis regionais, as guerras, o terrorismo, a violência nos mais diversos matizes, a fome, o analfabetismo, o totalitarismo, a tortura, o abuso de poder, a corrupção, a pena de morte e tudo o que atente contra a vida e a dignidade dos seres vivos, humanos ou não.

O respeito às diferenças e a busca do Bem Comum e não os privilégios ou os direitos excepcionais, a exploração ou a dominação devem ser a tônica de uma nova mentalidade. A redução contínua das desigualdades e a garantia do mínimo necessário para que todos possam viver com dignidade, tendo-se como base o trabalho e não posturas clientelistas ou assistencialistas, podem evitar o acúmulo excessivo por parte de uma pequena camada da população, enquanto a maioria vive em condições precárias.

Um dos conceitos que precisam ser revistos é o da Soberania Nacional, tendo em vista a crescente interdependência entre os Povos e a premência de se eliminar os conflitos armados no campo internacional e de se ampliar o intercâmbio e a livre circulação de pessoas, mercadorias e de recursos.

Cremos, igualmente, na necessidade de fortalecimento e de reestruturação dos organismos internacionais, eliminando-se mecanismos que privilegiem Países ou grupos de Países e que dêem a todas as Nações o mesmo peso e status, abrindo-se caminho, a médio e longo prazos, para a constituição de um Governo Mundial, submetendo-se todos os Povos, por decisão democrática e não por imposição de dirigentes, a uma Diretriz que contemple os interesses das diversas nacionalidades, raças e etnias, sem o domínio de uns sobre os outros. Ao lado disso, defendemos a internacionalização de projetos e ações que atendam aos interesses de toda a Humanidade.

O respeito a todas as Crenças, Religiões, Filosofias e Doutrinas e ao direito de opinião e à livre expressão, assim como a coexistência pacífica entre os diferentes grupos e indivíduos devem ser uma garantia em todos os quadrantes.

A supressão da pena de morte, das armas de destruição em massa, da tortura, do trabalho escravo, tal como ainda é encontrado em algumas regiões do Brasil, conforme denúncias rotineiras são essenciais para que nós possamos estruturar um novo regime de vida neste planeta, mais solidário e em harmonia com a Natureza.

A elevação dos padrões espirituais e a revisão de conceitos, fazendo com que caiam por terra dogmas e equívocos que não correspondem à Verdade não é algo que se faça de modo impositivo. Há pontos em comum nos conceitos originais transmitidos pelos grandes iniciadores daquelas que vieram a constituir-se nas principais Religiões da Humanidade terrena, os quais, infelizmente, foram deturpados para atender a interesses de grupos ou de detentores do poder. Cremos que estamos em meio a uma profunda mudança de paradigma, uma verdadeira Revolução do Pensamento, com reflexos em todos os setores.

Na medida em que o Amor for uma constante entre nós e as nossas Leis, Instituições e modo de vida o refletirem, seremos capazes de encontrar soluções para os problemas aflitivos do presente e direcionaremos os nossos recursos e habilidades para novas linhas de ação, distantes do atual quadro marcado pela violência, pela exploração, pela beligerância.

Todos os grandes líderes religiosos, dignos deste nome, colocaram o seu Exemplo e os seus Ensinamentos na Crença em um Deus Único, na irmandade entre os seres, no Amor. É este elo comum que devemos buscar, aproximando os Povos e os indivíduos, colocando abaixo os muros, as fronteiras, os ódios, as armas.

Homens e mulheres devem andar lado a lado, tendo o Respeito e a Assistência Recíproca como fundamentos de suas relações, e, a Família, célula mater das sociedades, deve ser fortalecida, com base em novos padrões, distantes do patriarcalismo, da homofobia, dos preconceitos, da submissão cega, do medo, do desrespeito, da falta de confiança mútua e da violência.

Podemos iniciar uma era de Paz e de Fraternidade, desde que apliquemos os conhecimentos acumulados ao longo dos milênios na construção de um novo modelo de civilização que será, de fato, genuinamente humana, porquanto reconhecerá a dignidade de todos os seres, o caráter sagrado da vida e o primado do Bem Comum.

ADMILSON QUINTINO SALES JUNIOR
13/10/2008

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